quinta-feira, 9 de dezembro de 2021

Como atua a acupuntura neurofuncional no tratamento da dor crônica

 
 
O sistema nervoso comanda todas as nossas funções vitais por estar associado ao sistema endócrino e sistema imune (no que se denomina eixo neuro hipotálamo hipofisário). O sistema nervoso influencia e é influenciado pelos outros sistemas orgânicos. A Acupuntura atua no sistema nervoso e, consequentemente, no organismo como um todo, produzindo Neuromodulação.
 

Esta é a propriedade do sistema nervoso de se modificar continuamente em resposta aos estímulos internos e externos, por vezes adversos, que enfrentamos em nosso dia a dia. Com isso, conseguimos manter a homeostasia do organismo (equilíbrio das funções orgânicas) e nos adaptar às mudanças do meio ambiente. O indivíduo que tem uma pressão arterial de 120 x 80 mmHg, uma temperatura de 36,8º C, que tem níveis adequados na bioquímica do sangue, que evacua diariamente, que tem calafrios quando precisa produzir calor devido à baixas temperaturas ou que produz suor na situação de calor, que atravessa situações de estresse (emocionais, infecciosas, traumáticas) e logo se recompõe, é um indivíduo que está em bom equilíbrio homeostático. Está neuromodulado de forma adequada e, como vimos, essa situação depende do funcionamento do sistema nervoso.

Por outro lado, indivíduos com patologias crônicas, principalmente, estão neuromodulados no padrão correspondente a elas. É o caso das pessoas com dor crônica disseminada, por exemplo, com fibromialgia ou com lombalgia crônica, que sofrem de dor pós cirúrgica há anos, que são diabéticos ou obesos, que convivem com o seu intestino irritável, etc. Mais uma vez, o sistema nervoso está envolvido, mas agora suas conexões neurais foram alteradas e, com isso, ele se torna o responsável pela perpetuação do estado patológico do indivíduo. Através da atuação no sistema nervoso periférico, a acupuntura procura neuromodular, ou seja, reorganizar o organismo em direção a um estado o mais próximo possível do equilíbrio homeostático ideal e, muitas vezes, isso é alcançado. A cura ou alívio de sintomas por meio da acupuntura é um processo de aprendizagem do organismo, semelhante ao que levou ao adoecimento, mas no sentido inverso. Assim, quadros agudos respondem mais prontamente ao tratamento (o paciente ainda não está estável ou neuromodulado na situação de doença), enquanto processos crônicos têm uma resposta mais lenta e com frequência parcial.

A analgesia (alívio da dor), atribuída à liberação de endorfinas pelo estímulo das agulhas, ocorre por mecanismos situados na medula espinhal, mas também ao ativar o sistema inibitório descendente da dor, desde o nível cerebral até a medula. É o efeito mais conhecido da acupuntura no organismo, mas não é o único. A técnica produz efeitos no sistema nervoso autônomo, regulando o funcionamento de nossos órgãos. A modulação da atividade simpática (uma das divisões do sistema nervoso autônomo) regional contribui para o controle das inflamações e para o alívio da dor em áreas afetadas do corpo. No sistema motor, promove a recuperação funcional do sistema musculoesquelético e a propriocepção, que garante nosso equilíbrio e nossa consciência corporal.

Os efeitos relacionados com a modulação do eixo neuro hipotálamo hipofisário promovem mudanças adaptativas que acompanham o desligamento das estruturas cerebrais que mantém a resposta sustentada ao estresse. Esse seria um dos mecanismos pelos quais a acupuntura conduz o organismo a um ponto de regulação homeostática mais próximo da normalidade fisiológica, repercutindo sobre o humor, a regulação do sono e sobre o sistema imunológico. Esses efeitos, mais a analgesia, coincidem com a liberação de endorfinas e neurotransmissores e são mais pronunciados com o uso de corrente elétrica (eletroacupuntura). A acupuntura depende da integridade do sistema nervoso para atuar. Na acupuntura neurofuncional, o agulhamento das estruturas baseia-se no conhecimento científico contemporâneo. O profissional que prática acupuntura neurofuncional deve conhecer a biomecânica do organismo, onde os músculos se originam e se inserem, quais suas ações, como são inervados, onde está a origem desses nervos, quais seus agonistas (que ajudam determinado movimento do músculo) e antagonistas (que precisam estar relaxados para permiti-los). Deve considerar como a função do músculo está afetada, por meio de um exame físico apropriado, e deve avaliar os resultados do tratamento pela repetição dos mesmos exames. No tratamento dos distúrbios viscerais, deve conhecer a inervação de cada órgão, sua origem nos segmentos da coluna e onde agulhar nas extremidades para modular a víscera afetada, e isso exige o conhecimento dos viscerótomos, dos dermátomos, dos miótomos e dos esclerótomos (nervos que se dirigem às vísceras, à pele, aos músculos e às articulações, respectivamente), cujos nervos se comunicam na medula espinhal. É a ativação repetida de sistemas fisiológicos pela acupuntura que vai treinar o organismo a continuar essa atividade, modulando-o de forma mais apropriada e mantendo assim, por longo prazo, os efeitos da técnica.

Além disso, a acupuntura possui muitos benefícios, entre eles:

  • 1.            Ótimo no tratamento auxiliar de dores de cabeça.
  • 2.            Minimiza sintomas de depressão e ansiedade.
  • 3.            Melhora a circulação sanguínea.
  • 4.            Previne e ameniza sintomas de alergias.
  • 5.            Auxilia no tratamento da incontinência urinária.
  • 6.            Alivia dores crônicas nas costas.
  • 7.            Alivia sintomas de menopausa.
  • 8.            Ajuda a parar de fumar.
  • 9.            Alivia sintomas de TPM.
  • 10.          Auxilia na prevenção de doenças e fortalece o sistema imunológico.

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