segunda-feira, 23 de maio de 2011

Estudo comprova: Acupuntura modifica a forma com que o cérebro percebe a dor

Apesar da idéia de ter o corpo todo furado por agulhas com o objetivo de tratar dores arecer estranha em um primeiro momento, milhares de pessoas que já experimentaram a Acupuntura são veementes em afirmar que o tratamento funciona, independentemente qual seja a origem da dor. Mas como isso exatamente funciona? Quanto do alívio sentido pelos pacientes se deve à eficácia do tratamento em si e quanto não se deve apenas ao efeito placebo?

Um novo estudo deve servir de suporte à noção de que a Acupuntura pode, na verdade, modular a percepção cerebral da dor, influenciando de modo bastante positivo na diminuição da própria sensação da dor. Utilizando imagens geradas com Ressonância Magnética Funcional, o estudo comandado pela Dra Nina Theysohn, do Hospital Universitário de Essen, Alemanha, permitiu avaliar a atividade mental antes e durante o tratamento de Acupuntura, e os resultados foram muito interessantes.

O estudo comparativo, que utilizou 18 voluntários, demonstrou a presença de um padrão específico de funcionamento e ativação cerebral durante o tratamento. Cada um dos voluntários recebeu um pequeno estímulo elétrico no tornozelo para gerar dor; em seguida, agulhas de Acupuntura foram inseridas em três pontos específicos bastante conhecidos e selecionados para modular a sensação da dor e, então, a ressonância foi repetida. Comparando as imagens anterior e posterior ao tratamento realizado, os cientistas descobriram que as zonas cerebrais que haviam sido ativadas durante o estímulo doloroso foram “silenciadas” pela inserção das agulhas. Os resultados sugerem que as agulhas realmente causaram uma mudança na forma com que o cérebro percebesse e processasse a dor.

“Este estudo torna mais clara a função cerebral em termos de como e onde a dor se processa e onde este processamento pode ser modificado com a intervanção da Acupuntura”, disse o Dr. Michael Brant-Zawadzki, professor adjunto de Radiologia da Universidade de Stanford.

Os autores dos estudos não tiveram, ainda, a possibilidade de identificar se imagens realizadas com voluntários que utilizassem outras ferramentas para o alívio da dor – como analgésicos, por exemplo – teriam o mesmo resultado, mas o estudo pode ajudar a mapear as zonas cerebrais ativadas de acordo com diferentes tipos de tratamento, contribuindo significativamente para a pesquisa mundial sobre a dor.

Apesar dos estudos ainda não terem sido concluídos e não ser possível afirmar exatamente como é que a Acupuntura verdadeiramente age sobre o funcionamento cerebral, a Dra. Theysohn diz que “apesar de não sabermos exatamente o que é que de fato acontece no cérebro durante o tratamento com Acupuntura, a atividade cerebral de todas as zonas de nosso interesse foi diminuída com a utilização das agulhas”.

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